PROVOS








Eles deram o pontapé inicial para a legalização do consumo de drogas na Holanda. Eles transformaram a bicicleta no mais folclórico meio de transporte de Amsterdam. Eles desenharam o uniforme que os Beatles usavam na capa de Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band.

Como bons anarquistas que eram, os Provos (corruptela do termo "provokatie", ou "provocação") não chegaram a caracterizar um movimento organizado, menos ainda uma ideologia. A intenção desses jovens tresloucados do início dos anos 60 era debochar o mais cinicamente das tradições monárquicas holandesas da Casa Real de Orange e sua protegé , a burguesia consumista - o que conseguiram fazer com o máximo de diversão e ousadia. Ao contrário de seus irmãos caçulas, os românticos hippies, não desejavam mudar o mundo: " Não podemos convencer as massas, e talvez sequer nos interesse fazer isso. O que podemos esperar deste bando de apáticas, indolentes, tolas baratas? É mais fácil o sol surgir no oeste do que eclodir uma revolução nos Países Baixos (...) O homem médio é um comedor de repolhos, improdutivo, não-criativo, emotivo. Alguém que se diverte fazendo fila nos guichês", dizia a primeira de uma incendiária série de edições de revistas "Provo". E ainda: "Provo tem consciência de que no final perderá, mas não pode deixar escapar a ocasião de cumprir ao menos uma qüinquagésima e sincera tentativa de provocar a sociedade".


Leia: PROVOS - Amsterdam e o Nascimento da Contracultura, de Matteo Guarnaccia


DOWNLOAD: MIGUEL DE DEUS - BLACK SOUL BROTHERS - 1977 -
http://rapidshare.com/files/111840145/MigueldeDeusBlackSoulBrothers-zl.zip

5 Comments:

At 9 de fevereiro de 2007 às 04:40, Anonymous Bruno said...

Excelente a iniciativa de pôr o arquivo do disco "Black Soul Brothers" para download! Valeu!

Só esperava seus comentários sobre o disco aqui no blog... Tem em algum lugar?

 
At 12 de fevereiro de 2007 às 11:07, Anonymous Zilda said...

e o outro blog? naõ vai atualizar?

 
At 12 de fevereiro de 2007 às 11:07, Anonymous Zilda said...

adorei Isma. vou deixar um link no meu blog. bjos

 
At 15 de fevereiro de 2007 às 13:52, Anonymous el viajante said...

toca raulllll

 
At 16 de maio de 2007 às 05:16, Anonymous zé da noite said...

eu conheci os provos em 2003... foi algo essencial na orientação das minhas atividades cinematográficas, como ponte que articulava os extremos da arte e da política...

e a "política" aqui é anarquismo, que pra mim assume cada vez mais um sentido pedagógico.... a anarquia seria um "método", baseado em princípios éticos, interessado em "educar a percepção para a liberdade"... esse projeto pedagógico se entrelaça com a arte, mas não as "belas-artes", a "arte-mercadoria", a "arte-espetáculo", a "arte-ideologia", que são feitas para uma contemplação preguiçosa e ruminante, mas a arte como uma reinvenção da percepção que nós temos do mundo, e portanto como transformação da existência...

o movimento provos foi anarquia na prática, não meramente "teórica", e suas performances, happenings, intervenções e sabotagens propunham esta "mutação perceptiva" a qual me refiro.....

a anarquia é metamorfose, seu objetivo é uma radical mudança dos paradigmas que modelam o contexto socioambiental de um determinada cultura; portanto a anarquia é um movimento transcultural específico, que muda de acordo com a sociedade na qual ele se move...

os provos alteraram o panorama cultural de amsterdam de modo duradouro; até hoje, mais de quarenta anos após a rebelião canalizada pelos provos, a cidade permanece uma referência ao modos de vida alternativos, libertários, fora dos padrões hegemônicos...

quando eu tomei contato com as idéias dos provos, imediatamente passei a introduzir aspectos de sua "metodologia" em minhas relações com o mundo... isso serviu para eu testar até onde ia o fascismo mal-camuflado da sociedade paulistana.... todavia, mesmo sofrendo com censuras, eu não acho que minhas iniciativas fracassaram, nem penso que os provos "perderam", ao contrário, a grande experi~encia não é o resultado final, a instauração definitiva, ou não, de uma cultura libertária, mas o proprio processo interno e pessoal de libertação....

 

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